Em entrevista, Jill Miller, Ph.D e consultora sênior em inclusão e diversidade do Chartered Institute of Personnel and Development (CIPD), apontou que trazer o olhar da neurodiversidade para o ambiente corporativo pode ser uma grande vantagem para as organizações.
Isso porque, ao contratar e respeitar as diferenças dessas pessoas, as companhias conseguem chegar a soluções para problemas de uma maneira não tradicional e não óbvia.
Afinal, esses indivíduos possuem habilidades únicas.
Não é à toa que empresas como Google, SAP, Ford, Amazon e JP Morgan já implementaram ou estão desenvolvendo iniciativas de neurodiversidade no ambiente de trabalho.
Uma pesquisa feita em 2016 pelo National Institute of Economic and Social Research (NIESR) alerta que quando uma empresa adota políticas e práticas que ajudam as pessoas com essas condições a trabalhar e crescer dentro do ambiente de trabalho, ela consegue alcançar melhores resultados, alta performance da equipe e ainda contribui para bons índices de saúde organizacional.
Em uma contribuição para o site do Fórum Econômico Mundial, Nahia Orduña, gerente sênior em Analytics e Integração Digital da Vodafone, explicou, inclusive, que pessoas neurodiversas possuem habilidades essenciais para a era digital .
Enquanto a maioria de nós se distrai facilmente, cérebros neurodiversos são melhores em manter o foco em uma tarefa, o que prova que contratar pessoas diferentes não é apenas o mais correto a se fazer, é também um diferencial competitivo.
Um exemplo são as pessoas disléxicas. Elas demonstraram uma capacidade acima da média de pensar fora da caixa, de forma inovadora, compreender padrões e raciocinar de maneira lógica.
Pessoas enquadradas dentro do espectro autista também possuem habilidades únicas. Elas são altamente criativas, dotadas de excepcional capacidade de concentração, raciocínio lógico e imaginação.
Além disso, pessoas autistas também tendem a ser sistemáticas, meticulosas e extremamente detalhistas, capazes de fornecer percepções e perspectivas únicas para a solução de problemas.
Sendo assim, respeitar a neurodiversidade e incorporar seus conceitos no ambiente de trabalho é uma das melhores práticas que uma empresa pode ter.